Terremoto do Chile não traz risco para o Brasil

Professor do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Unb), o sismólogo Lucas Vieira de Barros garante que o terremoto de 8,8 graus que aconteceu no Chile não oferece riscos para o Brasil, apesar de moradores de São Paulo terem sentido tremores . Ele explica que um terremoto dessa magnitude pode ser percebido a até três mil quilômetros de distância, como é o caso de São Paulo. Segundo o especialista, a onda sísmica, em terra, se propaga numa velocidade de 20 mil a 30 mil quilômetros por hora. No mar, anda a 600 quilômetros por hora. O terremoto foi sentido no Brasil devido a imensa quantidade de energia liberada abruptamente no ponto de origem. Esta energia é convertida em ondas sísmicas, que fazem o chão balançar e chacoalhar e se propagam por toda a Terra. Quando esta onda passa em locais de edifícios altos, o chão balança e os prédios também. Um edifício funciona como um pêndulo invertido, ou seja, nas extremidades as oscilações são maiores. As pessoas em São Paulo podem ter visto o lustre e a televisão balançarem, mas essas oscilações não são capazes de produzir nenhum tipo de dano. O especialista ressaltou que quanto mais distante do terremoto, menor o risco, já que as ondas perdem energia e vão se atenuando.


(Especialistas afirmam que terremoto era previsível)

O físico Humberto Travaglia, do Observatório Sismológico de Brasília, explica também que o tipo de solo de São Paulo contribuiu para o fenômeno.

- O tremor foi sentido em São Paulo, porque o solo de lá é mais sedimentar, ou seja, mais solto. Esse tipo de solo aumenta a amplitude da onda sísmica - explicou. Além do terremoto de 8,8 graus no Chile, o observatório da UNB registrou mais 12 tremores de menor intensidade, entre 6 graus e 6,5 graus nas imediações do grande sismo.

O chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Sands, informou que Brasília e Curitiba, também podem ter sofrido reflexos por causa da altitude.