
RIO - Um sargento e um cabo da Polícia Militar foram presos nesta quinta-feira à tarde por peculato (crime praticado por funcionário público). Eles deveriam tomar conta do Golf preto placa LUY-5265, que foi abandonado por uma quadrilha de ladrões em Botafogo. Mas, de acordo com o delegado titular da 10ª DP (Botafogo), Luiz Alberto Pires Lage, os dois depenaram o veículo, roubando bancos, forração e equipamentos do painel.
O carro foi abandonado por integrantes de uma quadrilha que está apavorando a Zona Sul. O Golf tinha sido roubado no Leblon, na quarta-feira, e usado no mesmo dia pelos bandidos para praticarem um arrastão no Túnel Santa Bárbara. Na quinta-feira, os criminosos voltaram a atacar, assaltando duas pessoas que estavam próximo ao Parque da Catacumba, na Lagoa. Uma das vítimas, o proprietário de uma moto, foi levada como refém.
Por volta das 8h, o bando fechou a Rua Pinheiro Guimarães, em Botafogo, fazendo mais um arrastão contra motoristas. Eles deixaram o Golf, o refém e fugiram em outro carro, um Honda Civic. Segundo o delegado, policiais foram ao local fazer a perícia no veículo, mas ele não foi encontrado. Mais de uma hora depois, os PMs, lotados no 2º BPM (Botafogo), informaram que o Golf estava em outra rua: a General Polidoro, perto do cemitério.
Policiais civis encontraram o carro sem o banco do carona e o de trás. O banco do motorista deixado no veículo é diferente do original. Também foram levados toda a forração lateral, o rádio, botões do painel e o estepe. Os policiais então ouviram o refém e ele informou que o automóvel estava intacto ao ser deixado na Pinheiro Guimarães.
Único banco deixado nem é o original do carro
Os PMs, identificados como sargento Ramalho e cabo Franklin, alegaram que o carro foi levado do local para não atrapalhar o trânsito. Disseram ainda que ele já estava sem as peças.
- Não é normal que um bando vá para a rua com um carro sem banco. Testemunhas dizem que o carro estava intacto. Por isso, infelizmente, eles (os PMs) foram autuados em flagrante - afirmou Lage.
Tentando encontrar as peças retiradas, policiais civis fizeram buscas em oficinas na região, mas não tiveram sucesso. A investigação teve a colaboração da PM, que cedeu o roteiro da patrulha registrado pelo GPS. O comandante do 2 BPM, coronel Roberto Gil, esteve na delegacia e afirmou que os policiais vão responder a inquérito administrativo e podem ser expulsos se a denúncia for comprovada.
- Esse tipo de evento nos envergonha - afirmou.
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