Maria Vitória Souza Barbosa nasceu às 11h desta terça-feira (23/08) e é o primeiro bebê do país resultante de Fertilização In vitro (FIV) com o novo método INVO. A sigla, em inglês, significa dispositivo de cultivo intravaginal. A técnica dispensa laboratório e, por meio dela, a própria paciente cultiva os embriões antes de transferi-los ao útero. Em setembro deste ano, mais um bebê vai nascer na cidade por meio do método.
No município, o tratamento de infertilidade é gratuito na rede municipal, por meio da Gestão Plena de Saúde, através de convênio da Secretaria Municipal de Saúde com o Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA).
Além disso, o Centro de Infertilidade e Medicina Fetal do Norte Fluminense (CIMF), que fica no HEAA, onde são feitos os tratamentos, foi criado com apoio do Fundo de Desenvolvimento de Campos (Fundecam), que investiu cerca de R$ 900 mil no projeto.
Segundo o secretário de Saúde, Paulo Hirano, desde fevereiro de 2010, quando o serviço passou a ser oferecido pelo SUS, 900 casais já foram atendidos, sendo 298 deles já beneficiados com o tratamento. Cerca de 35% deles obtiveram resultado satisfatório para a geração de bebês, número considerado ideal pelo Ministério da Saúde.
NASCIMENTO
Maria Vitória nasceu no Hospital Plantadores de Cana (HPC) com 2,800 kg, de parto cesariano, após 9 meses completos de gestação. Ela e sua mãe, Cláudia de Souza da Hora, 38 anos, moradora do Parque Guarus, terão alta em até 72 horas. Cláudia vinha tentando engravidar a 13 anos e, após apenas 1 ano de tratamento no HEAA, conseguiu êxito.
“Estou muito feliz e me sentindo muito bem. Ela é linda e trouxe muita alegria pra minha vida. Agradeço a Deus, aos médicos que me atenderam muito bem, se não fosse a Secretaria de Saúde, jamais conseguiria pagar esse tratamento na rede particular. Achei que fosse demorar, mas foi tudo muito rápido”, disse Cláudia.
Outros 40 casos de gravidez por esse método estão em curso em Campos, mas a pequena é a primeira nascida no país através dessa técnica. De acordo com o coordenador do CIMF, o médico especialista em Reprodução Humana, Francisco Augusto Colucci, o método é mais simples, mais natural, mais barato e com resultados idênticos ao tratamento convencional (ICSI).
“Ele traz de volta a mulher com função participativa no processo reprodutivo”, disse.
Segundo ele, o novo método visa à humanização dos tratamentos com a reprodução assistida, pois a fertilização ocorre no próprio corpo da mulher, que retorna três dias após para que os pré-embriões sejam retirados e implantados no útero.
“Este projeto faz parte de um estudo em vigência em vários países onde o CIMF representa o Brasil”, destacou.
O tratamento de infertilidade, neste caso, acontece por estímulo natural ou moderado, usando quantidades menores de medicamento e de hormônios de fertilidade, inferiores às usadas em FIV tradicional, com inseminação intravaginal de esperma e óvulos. Os óvulos da mulher são combinados com o esperma no INVO, um pequeno dispositivo, que depois é lacrado e colocado na cavidade vaginal da mulher para inseminar durante três dias. Com isso, menos embriões são gerados, evitando o congelamento.
Colocci ressalta que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) treina seus técnicos no laboratório do CIMF. “Se não fosse o Fundecam, nada disso estaria acontecendo. Nosso modelo é referência para o país, é único. Ninguém faz isso que Campos faz e o município está de parabéns!”, garantiu o especialista.
Pesquisa feita pelo CMIF aponta que o novo método gera menos estresse e ansiedade nas pacientes assistidas. “Com o INVO, 60% das pacientes não tiveram estresse e apenas 5% tiveram estresse grave. Já com o método tradicional, 45% das mulheres não tiverem estresse, enquanto 25% delas tiveram estresse grave”, enumerou Colocci.
Fonte: Blog Ururau
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