O prefeito de São Francisco de Itabapoana, Beto Azevedo (PMDB), e o ex-secretário municipal de Saúde Cristiano Salles Rodrigues deverão ser ouvidos hoje pela Comissão Processante (CP) da Câmara Municipal que apura responsabilidades no esquema de fraudes no Sistema Único de Saúde (SUS). O depoimento de Cristiano terá início às 10h, enquanto o de Beto será uma hora depois. O edital de notificação para conhecimento do prefeito e do ex-secretário foi publicado em jornais da região.
A defesa prévia apresentada pelo prefeito não convenceu aos vereadores. Segundo o presidente da CP, Fabinho do Estaleiro, o prefeito limitou-se a dizer que é inocente sem apresentar fundamentos que desvinculem sua participação nos escândalos, além de criticar as investigações dos vereadores que compõem a CP. “Vamos ver o que ele agora tem a dizer, porque até agora o prefeito só caiu em contradições. Diz que é inocente, que não tem nada a temer, mas entrou com um mandado de segurança para tentar impedir judicialmente a continuação da Comissão Processante. Por que tanto medo, esse desespero, se ele diz que é inocente? Ele não convence mais uma vez, com uma defesa fraca e sem argumentos”, avalia Fabinho.
Presidente da CP da Câmara: “situação do prefeito só piora”
Ainda de acordo com o presidente da CP, a situação do prefeito só piora. “Agora ele se envolveu com essa história dos cartões magnéticos de servidores, que ele dizia serem de brinquedo, mas a Polícia Federal descobriu o contrário. O que ele fazia com aqueles cartões com os quais os funcionários da prefeitura sacavam seus salários no caixa dos bancos? É muito estranho”, disse Fabinho.
Defesa alega vícios na CP da Câmara
O advogado do prefeito, João Paulo Granja, considerou que a CP está repleta de vícios e fadada ao fracasso porque, segundo ele, tanto Fabinho do Estaleiro como a vereadora Adriana Coelho (PSD), por terem atuado na concluída Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), não poderiam participar da CP. “Falta a eles isenção para julgar na CP porque já tinham convicção formada na CPI”, declarou. Segundo o advogado, o critério da proporcionalidade partidária foi violado na CP. “O PMDB nunca poderia ser excluído da CP”, comentou.
Beto chegou a ficar preso por cinco dias pela Polícia Federal (PF), na Operação Renascer, juntamente com Cristiano Salles e Fabiano Cordoba, também ex-secretário de Saúde, além do empresário Fabel Santos Silva e Juliana Meirelles, sua mulher. Fabel é dono da Clínica Fênix, que chegou a registrar num mês faturas de cerca de 35 mil requisições de exames laboratoriais e de imagens, num município com 42 mil habitantes. Os prejuízos aos cofres públicos, segundo apurou a PF, são de R$ 2,5 milhões.
Fonte: O Diario
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