Vereadores cassados recorrem e continuam no cargo em São Paulo

Na segunda, 13 vereadores foram cassados por receberam doações da AIB, entidade de fachada criada pelo Secovi

O juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloisio Sérgio Rezende Silveira, suspendeu nesta quinta-feira (22) a cassação contra 9 dos 13 vereadores que perderam o mandato na última segunda-feira (19) após eles recorrerem da decisão no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Com isso, os vereadores Adolfo Quintas (PSDB), Carlos Apolinário (DEM), Carlos Alberto Bezerra (PSDB), Claudinho (PSDB), Dalton Silvano (PSDB), Domingos Dissei (DEM), Gilson Barreto (PSDB), Marta Costa (DEM) e Ushitaro Kamia (DEM) podem ficar no cargo até que seus recursos sejam julgados.

Outros três vereadores conseguiram o benefício na última terça-feira (20) e, agora, apenas o vereador Ricardo Teixeira (PSDB) continua com o cargo cassado. A assessoria do TRE afirmou que o efeito suspensivo não foi concedido ao tucano porque o recurso dele foi o último a chegar no órgão e não houve tempo para que o juiz analisasse.

Na segunda-feira, a 1ª Zona Eleitoral cassou o mandato de 13 vereadores que receberam doações da AIB (Associação Imobiliária Brasileira), entidade de fachada criada pelo Secovi (sindicato da habitação) para financiar campanhas, segundo o Ministério Público. O suplente Quito Formiga (PR) foi considerado inelegível.

O juiz cassou os mandatos e os tornou inelegíveis por receberem nas eleições do ano passado doações supostamente irregulares da AIB. De acordo coma decisão judicial, a entidade doou R$ 10,6 milhões para 46 vereadores e o prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). Essas contas de campanha eram questionadas pelo promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes.

O promotor denunciou o prefeito e mais 35 vereadores eleitos, só que, até agora, apenas 18 pessoas foram julgadas. Isso significa que mais 17 vereadores ainda podem perder o mandato além dos 13 que já foram cassados.