Perfil

São Francisco de Itabapoana, Rio de Janeiro,Brasil
Florentino Cerqueira Azevedo (Tininho), entrei na politica em 1999,via Ex-Presidente da CMFSI Chiquinho Santana, no ano de 2001, funcionário público municipal concursado no cargo de economista, fui Sub-secretario de ADM da PMSFI quando Prefeito Pedro Cherene, até 2008; candidato a vereador pela 1ª vez, fui eleito com 1.651 votos na legenda do DEM; e fiquei na história como o mais votado do Município, sendo em seguida eleito Presidente do Legislativo sanfranciscano. Economista formado pela Candido Mendes, cursei Mestrato em Ecomonia Empresarial, na candido Mendes. Nascido em São Francisco de Itapaboana-RJ, na localidade de Imburi, filho de Florecilda e de Manoel Azevedo (Nezinho), tendo como irmãos Luciano e Maxsuel (Cocóia). Casado com Rachel Cerqueira e pai de Lara Cerqueira. Como Vereador reeleito em 2012, com 1208 votos, tenho reunido com meus colegas vereadores, e solicitado a todos, o melhor entrozamento com o Poder Executivo para que possamos promover o desenvolvimento tão sonhado do nosso Município. Tenho entre os meus objetivos aproximar o Legislativo Municipal da sociedade, na busca de soluções por meio de caminhos sustentáveis para o futuro da nossa Cidade.

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domingo, 11 de dezembro de 2011

Paraenses decidem hoje se repartem Estado em três

Expectativa é que população não aprove mudança; independentemente do resultado, Pará sai dividido

Wilson Lima, enviado especial a Belém | 11/12/2011 06:00 - Atualizada às 10:2

 Último Segundo
Após momentos engraçados, outros tensos, polêmicas e acusações, os paraenses decidirão hoje se querem, ou não, dividir o Estado em três e criar outras duas unidades da federação: Carajás e Tapajós. O plebiscito começou às 8h e termina às 17h, horário local (uma hora a menos que Brasília). O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PA) pretende divulgar o resultado às 22h em Belém.



Pelas últimas pesquisas divulgadas, a tendência é que os paraenses rejeitem o projeto de divisão do Estado. Levantamento do Instituto Datafolha, divulgada nesta sexta-feira, revelou que 65% dos eleitores paraenses são contra a criação de Carajás e 64% são contra a criação de Tapajós. Esse percentual foi o maior entre as três pesquisas divulgadas pelo instituto.

No primeiro levantamento, por exemplo, 58% dos paraenses eram contra a criação tanto de Tapajós, quanto de Carajás. Os dados revelaram que tanto indecisos, quanto um pequeno número de pessoas favoráveis à divisão do Estado, migraram para o lado contrário. Já que às vésperas 64% se diziam contrários.
O Estado tem 4,8 milhões de eleitores mas a abstenção histórica no Pará gira entre 18% e 25%. Além disso, a votação acontece no final de um feriado prolongado no Estado.
Aproximadamente 6,7 mil homens, entre os quais 5,5 mil da Polícia Militar, trabalharão para garantir a segurança no Plebiscito.
Dezesseis municípios do Estado contarão com apoio de tropas da Força Nacional e do Exército. São quase 16 mil sessões eleitorais no Pará e 15,7 mil urnas eletrônicas. Um total de 277 pontos de transmissão ajudarão a dar mais agilidade à apuração nas regiões mais isoladas do Estado.

Projeto antigo
Apesar do plebiscito ter sido aprovado em março deste ano, o projeto de criação de Carajás e Tapajós não é tão novo quanto se imagina. A pretensão emancipacionista de Tapajós, por exemplo, dada do século 19. “Nossa reivindicação é histórica e legítima”, aponta o professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e tesoureiro do Comitê Pró-Tapajós, professor Edvaldo Bernardo.
A primeira proposta de divisão de Tapajós data de 1876, quando o coronel Augusto Fausto de Souza, importante militar e político brasileiro da época chegando a ser nomeado presidente da província de Santa Catarina, sugeriu Tapajós como uma das 40 províncias do Brasil imperial. Entre os anos de 1919 e 1977, sete vezes o projeto de Tapajós foi incluído em ações de reorganização política do Brasil. Todos sem sucesso. 
Foto: AE
Campanha contrária à divisão espalhou adesivos em comunidades do Estado

Em 1991 começou a tramitar o projeto de criação de Tapajós no Congresso Nacional com o plebiscito sendo aprovado apenas dez anos depois. No caso de Carajás, os primeiros movimentos emancipacionistas surgiram no início do século 20, em Marabá, a possível capital do novo Estado.
Carajá também é ideia antiga. Em 1930, o brigadeiro Lysias Augusto Rodrigues, figura que ajudou na criação do Ministério da Aeronáutica, apresentou ao presidente Getúlio Vargas a primeira proposta de criação.  Entre 1973 e 1988, com os movimentos emancipacionistas em Goiás e Mato Grosso, Carajás também tentou sua independência política, mas nunca conseguiu sua autonomia.
Assim como no caso de Tapajós, a proposta emancipacionista atual começou tramitar em 1992, sendo aprovada a realização do plebiscito no início deste ano.
Caso a proposta de divisão do Estado seja aprovada neste domingo, o Novo Pará, ou Pará remanescente ou “Parazinho” ficaria com 17% de seu território mas manteria 4,8 milhões de habitantes; Tapajós ficaria com 59% do território e 1,1 milhões de habitantes; Carajás ficaria com 24% do território, mas 1,5 milhões de habitantes.
O Novo Pará manteria sua estrutura administrativa, com uma economia voltada para a indústria e setor de serviços. Carajás tem sua economia ligada à mineração e Tapajós seria dependente do setor de serviços. Mas, herdaria a usina hidrelétrica de Belo Monte, em fase inicial de construção.

Polêmica
A proposta é polêmica e dividiu o Estado ideologicamente. Os emancipacionistas acreditam que com a divisão haverá maior possibilidades de desenvolvimento da região por causa de uma redistribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e com um direcionamento maior dos impostos, principalmente do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A criação de Tapajós e Carajás resultaria em investimentos na casa de R$ 2 bilhões/ano na região.
Os separatistas também reclamam do distanciamento com Belém, capital do Estado. Hoje, Santarém, possível capital de Tapajós, é isolada da capital paraense e sua economia e a vida na região é voltada mais para Manaus (AM), do que para Belém. Uma estatística local que ilustra essa tese: mensalmente, 59 moradores de Santarém buscam emprego em Manaus; para Belém, vão apenas oito.
Os unionistas discordam destes argumentos. Falam que a criação dos Estados obrigaria o Pará a repartir o FPE atual, de quase R$ 3 bilhões, por três. Falam que com o Pará ‘grande’, a população terá mais força para lutar pela capitação de recursos e voltar investimentos em todo o Estado.
Os unionistas também afirmam que não é dividindo-se o Estado que os problemas serão resolvidos. Eles criticam, por exemplo, a Lei Kandir, criada nos anos de 1990. Ela exonera de impostos produtos destinados à exportação (como o minério de ferro, por exemplo). Segundo os unionistas, o Para perdeu R$ 21,5 bilhões em impostos. O suficiente para atenuar os problemas do Estado como um todo.
Os unionistas também argumentam que a divisão do Estado pode criar uma cisão cultural no Pará.


“Teremos sequelas por causa do acirramento de ânimos e de excessos e atitudes desnecessárias. A desqualificação do Pará e de nossa gente deixará marcas. Mas a partir do dia 12, temos o papel de apagar as diferenças e divergências, pelo bem do estado”, disse o deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), líder da frente contra a criação de Carajás ao Poder Online. Os separatistas de Carajás e Tapajós utilizam esse mesmo argumento pró-Divisão. Além do distanciamento com Belém, culturalmente os moradores de Marabá e Santarém, tem hábitos, costumes e gostos completamente distintos da atual capital do Estado.

CampanhaNa prática, após a campanha do plebiscito, o paraense já sente sequelas do plebiscito. Não existe mais um discurso de unidade estadual. Além disso, despertou-se uma rivalidade antes intrínseca: os belenenses contra os habitantes de Carajás e Tapajós.
Antes do plebiscito, a região metropolitana de Belém até tinha simpatia pela criação do Tapajós. O problema é que ela nunca foi favorável à criação de Carajás, principalmente porque a região abriga as maiores reservas minerais do Estado. E como a campanha separatista ocorreu em bloco, os moradores de Tapajós foram “prejudicados” por esse acirramento de ânimos maiores contra Carajás.

Os três possíveis Estados:

As polêmicas sobre a divisão do Estado começam antes mesmo da campanha. Após a aprovação do plebiscito, os separatistas apostavam em uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar minimizar a desvantagem no plebiscito. Pela Constituição, os Estados podem se dividir “mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito”. Os separatistas queriam que o TSE entendesse que essa população diretamente interessada fosse apenas os moradores de Carajás e Tapajós. O TSE entendeu que não e todo o Pará votará neste domingo.
A campanha no rádio e na televisão teve momentos polêmicos e acirrou esse debate pró e contra divisão. Duda Mendonça foi o marqueteiro da campanha do “Sim” e disse que não cobrou pelos serviços aos separatistas. Mendonça tem fazendas na região de Carajás.
O marketing separatista apostou em peças com músicas sertanejas e no slogan baseado na campanha de Lula de 2002, na linha “Deixe a esperança vencer o medo”. Sabendo da importância de Belém para a votação, eles focaram a campanha em apelos aos belenenses. Mas levantaram polêmica quando colocaram paraenses levando “tapa na cara”, após a divulgação dos números do Censo 2010.
Outra polêmica foi a crítica aberta ao governador Simão Jatene (PSDB) por “não ter ser articulado” contra a implementação da Lei Kandir. Após esses ataques, Jatene ganhou direito de resposta e conseguiu tirar um dia de propaganda eleitoral dos separatistas às vésperas da votação.
Os unionistas apostaram em uma propaganda focada na identidade cultural do paraense. Com jingles em tecnobrega, carimbo e apresentando celebridades na campanha, como Fafá de Belém, Paulo Henrique Ganso, Dira Paes e Leila Pinheiro. O “Não” teve momentos engraçados como a Fafá de Belém parodiando o hit do verão passado “Minha Mulher não deixa não”, uma febre entre os paraenses.

Plebiscito não é definitivo
A votação de hoje é apenas o primeiro passo para a criação dos novos Estados, caso a população aprove. Se houver a aprovação de Carajás e Tapajós, a proposta volta para o Congresso Nacional para elaboração de lei complementar sobre o assunto, depois haverá a consulta à Assembleia Legislativa do Pará e, por fim, essa proposta volta para o Congresso e depois segue para sanção presidencial.
Caso não seja aprovada, será necessária apresentação de nova proposta de plebiscito. Não existe prazo para isso, mas como existem outros projetos em curso, provavelmente o de criação de Tapajós e Carajás ficaria no final da fila.
A realização do plebiscito no Pará pode acirrar ou esfriar os projetos de desmembramentos de outras áreas brasileiras como o Maranhão do Sul (Maranhão); Gurgeia (Piauí); Rio São Francisco (Bahia); Araguaia e Mato Grosso do Norte (Mato Grosso); Oiapoque (Amapá) e Rio Negro, Solimões e Juruá (Amazonas).
Existem políticos de outros estados que já mantiveram contado com membros das frentes separatistas justamente pensando nessa possibilidade de divisão. Os líderes das frentes pró-Tapajós e Carajás acreditam que, se houver vitória do “Sim”, isso incentivará os demais projetos separatistas; caso o “Não” vença, deverá surgir ações de mudança na legislação para criação de novos Estados.

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