Ataque de atirador deixa ao menos nove mortos e ocorre após explosão matar sete no centro da capital, Oslo
Foto: AP
Imagem aérea da Ilha de Utoya, Noruega, tirada em 21 de julho de 2011
A polícia disse que há ao menos nove mortos pela ação do atirador, segundo a Reuters. Previamente, a testemunha Andre Scheie disse à rede de TV NRK ter visto ao menos 20 corpos, mas a polícia não confirmou a informação. "Há muitos mortos na costa, entre 20 e 25", disse Scheie, que afirmou também ter visto corpos na água. Imagens da TV da Noruega feitas por helicóptero mostram pessoas nadando na costa da ilha de Utoya, supostamente depois de terem se lançado às águas para escapar do atirador.
A ação do atirador, que teria usado uma arma automática, ocorreu após a explosão de uma bomba no centro da capital deixar ao menos sete mortos e duas pessoas gravemente feridas. De acordo com a NRK, a polícia detém o controle do acampamento, prendeu o atirador e afirmou que ele tem vínculos com a explosão em Oslo. Segundo o chefe de polícia interino Sveinung Sponheim, o atirador, que seria caucasiano, foi visto na capital norueguesa antes da explosão. Segundo o Ministério da Justiça da Noruega, o atirador é norueguês.
De acordo com a mídia norueguesa, a polícia não considera que as ações desta sexta-feira têm relação com o terrorismo internacional, trabalhando com a ideia de que possam ter sido motivadas pelo atual sistema político do país. Além disso, desmentiu informação divulgada previamente de que o atirador usava um uniforme policial no momento do ataque. Na verdade, ele estaria com um abrigo azul que tinha um distintivo. A polícia também informou que o suspeito nunca trabalhou para a corporação.
Previamente, o site de notícias VG relatou que um homem vestido de policial havia aberto fogo indiscriminadamente no acampamento localizado em Utoya. De acordo com a AFP, o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, preparava-se para comparecer a um comício da ala juvenil de seu partido no local quando o atirador lançou o ataque. À NRK, Stoltenberg afirmou que há "uma situação crítica em Utoya". Posteriormente, o premiê conclamou a população do país ao não se entregar ao medo após os ataques.
O primeiro-ministro faria um discurso no local, onde estavam reunidas 560 pessoas, no sábado. O ex-premiê Gro Harlem Brundtland participaria do encontro nesta sexta-feira.
Previamente à polícia descartar envolvimento internacional nos ataques, um grupo desconhecido chamado de "Ajudantes da Jihad (Guerra Santa) Global" divulgou uma mensagem afirmando que esse é apenas o início da reação à publicação, por jornais noruegueses, de charges de Maomé e pelo envolvimento da Noruega na Guerra do Afeganistão.
“Lançamos alertas de mais operações desde a ação em Estocolmo", disse o grupo de acordo com a tradução de Will McCants, um analista da C.N.A., um instituto de pesquisa que estuda terrorismo. A declaração aparentemente faz referência a uma explosão na Suécia em dezembro de 2010. Apesar da declaração desse grupo desconhecido, as autoridades ainda não sabem quem lançou os ataques.
Os Estados Unidos e o Reino Unido condenaram os ataques e se colocaram à disposição para ajudar autoridades norueguesas.
Explosões em Oslo
A grande explosão no centro de Oslo atingiu o quartel-general do governo, deixando ao menos sete mortos e dois gravemente feridos, segundo uma fonte policial citada pela Reuters. Citado pela Bloomberg, o porta-voz da polícia Oeivind Oestang confirmou que a explosão foi causada por uma bomba.
Segundo a Reuters, o ataque no centro de Oslo destruiu a maioria das janelas do prédio de 17 andares que abriga o escritório do primeiro-ministro e há focos de incêndio no local. O premiê, porém, não foi atingido e está bem, de acordo com a NRB. Stoltenberg, que não estava no prédio no momento do ataque, disse que ainda é muito cedo para dizer que a ação em Oslo foi um ataque terrorista. Ele também afirmou que os ministros da coalizão de governo parecem estar bem.
A polícia foi notificada às 15h36 locais (10h36 de Brasília) da explosão. Após ter sido encontrado um pacote suspeito perto da emissora TV2, policiais isolaram o local, segundo a AP.
Vizinha ao prédio do premiê, a sede do Ministério do Petróleo está em chamas. "Esse era um dia bastante movimentado e havia muitas pessoas nas ruas, e muitas outras trabalhavam nos prédios que agora estão queimando", disse Oistein Mjarum, chefe de comunicações da Cruz Vermelha da Noruega.
Hans Kristian Amundsen, funcionário do governo norueguês, disse à BBC que há temores de que haja pessoas presas nos prédios, e há uma ênfase nos esforços de resgate. O porta-voz policial Egil Vrekke afirmou que a polícia tem conhecimento de "várias" baixas, mas que a operação de resgate continua.
Segundo o chefe de comunicações da Cruz Vermelha, as pessoas estão em choque em Oslo e em toda a Noruega. "Nunca tivemos um ataque terrorista como esse no país - se esse for o caso -, mas claro que todos os noruegueses temiam há tempos isso pelo que se via acontecendo no mundo", disse.
Testemunhas falam que há destroços de um carro na frente de um prédio. Feridos são vistos deitados em poças de sangue, de acordo com o Daily Telegraph. Grandes destroços estão espalhados nas ruas, e fumaça sobe dos prédios no centro da cidade. A testemunha Kjersti Vedun disse antes da confirmação de que era uma bomba: "Explodiu. Deve ser uma bomba. As pessoas correram em pânico."
Um porta-voz do hospital da Universidade de Oslo disse que sete pessoas foram encaminhadas ao local para tratamento. "Não sei quão gravemente feridas estão", disse à Reuters.
Segundo o jornal norueguês Aftenposten, a polícia fechou áreas próximas e pediu que jornalistas e o público em geral se afastassem do local até que seja determinado que não há mais bombas. De acordo com Ingunn Andersen, jornalista do NRK, a sede do tabloide VG também ficou danificada.
"Vejo algumas janelas do prédio do VG e da sede do governo quebradas. Algumas pessoas cobertas com sangue estão deitadas na rua", indicou a Associated Press citando o jornalista. "É um caos completo aqui. As janelas estão destruídas em todos os prédios próximos."
A Noruega, que é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), foi ameaçada previamente por líderes da rede terrorista Al-Qaeda por seu envolvimento no Afeganistão. O sucessor de Osama Bin Laden na organização, Ayman Al-Zawahiri, citou o país como um dos possíveis alvos de ataque. Segundo o Ministério de Relações Exteriores, a Noruega tem quase 700 soldados no país asiático. Apesar disso, a violência política é praticamente desconhecida no país.
Veja no mapa os locais dos ataques:
Foto: Arte/ iG
Capital Oslo e ilha de Utoya são alvos de atentados na Noruega
Nenhum comentário:
Postar um comentário