Doutor Chicão e Rosinha Garotinho foram cumprimentados por populares quando desciam as escadarias da Câmara na manhã de ontem
A prefeita de Campos, Rosinha Garotinho (PR) tomou posse no fim da manhã desta segunda-feira (3) pela terceira vez no cargo dentro do mesmo processo eleitoral de 2008. Ela havia sido afastada por sentença polêmica do juízo da 100ª Zona Eleitoral, na quinta-feira (29), publicada na sexta-feira (30), que reforçada por um ofício da juíza Grácia Cristinha do Rosário, culminou com a posse do presidente da Câmara, vereador Nelson Nahim (Sem Partido), na tarde de sexta. Mas, instantes após a posse de Nahim, os advogados de Rosinha obtiveram liminar junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), na qual o ministro Sérgio Schwartz determinou a permanência da prefeita no cargo por 30 dias, até que o mérito seja julgado.
Rosinha chegou às 10h na Câmara acompanhada do vice-prefeito, Doutor Chicão; do procurador geral do município, Francisco de Assis Pessanha Filho, e de assessores. O acesso das autoridades ao plenário foi feito pelo elevador privativo, e o ato de posse foi fechado, sem a presença da imprensa. Os seguranças somente permitiram acesso de um fotógrafo e cinegrafista da equipe da prefeita, que registraram o ato de posse.
Já na saída do prédio da Câmara, a prefeita Rosinha disse para jornalistas não concordar com a necessidade de ter sido empossada. “Tomei posse por um ato formal, porque assim o procurador sugeriu. Na verdade, se eu vejo que tem irregularidades na sentença que a juíza deu, já que no processo de investigação (AIJE – Ato de Investigação Judicial Eleitoral) não se cassa, eu entendo que nunca saí do cargo, mas tenho três títulos de prefeita”, observou Rosinha, numa referência ao seu ato de posse em janeiro de 2009, decorrente de sua eleição em 2008, e em 2010 depois que foi afastada pela Justiça Eleitoral neste mesmo processo, sob alegação de uso indevido de veículo de comunicação, cuja ação foi impetrada pelo ex-prefeito Arnaldo Vianna (PDT).
Rosinha agradece a população e pede para que fique em alerta
Ato de posse de Rosinha e Doutor Chicão aconteceu na manhã de ontem, no gabinete de Nelson Nahim
Rosinha aproveitou a presença da imprensa para agradecer a população pelo apoio nos três dias de vigília no pátio da prefeitura. “Estou conclamando à população que fique em alerta, porque meus adversários e adversários da mudança em Campos, não vão parar. Peço que eles deixem eu trabalhar e se preparem para me derrotar nas urnas. O povo que me colocou no governo de Campos, e deve ser a população que deve decidir se eu devo sair ou continuar. Nossos advogados estão trabalhando, mas se tiver que resistir novamente, eu vou resistir, porque o mandato nos foi conferido democraticamente pelo povo. Não é por conta de uma entrevista de rádio que vão tirar meu mandato no ‘tapetão’. Espero que a Justiça faça Justiça, porque eu creio nela. Não creio em atos isolados de algumas pessoas da Justiça que cometem erros e que querem que esses erros de fato prevaleçam. A soberania é do povo que se quiser tira. Como a sentença foi equivocada, não vou me calar. O caso não está terminado, mas ganhamos o tempo necessário para que inclusive o próprio TRE possa estudar todos nossos recursos”, desabafou.
Viagem para defender royalties e aeroporto
Rosinha anunciou que ontem mesmo viajaria para o Rio de Janeiro para encontrar com deputados da bancada fluminense no Congresso Nacional para traçar estratégia de luta pela defesa dos royalties do petróleo, em Brasília, onde lutará ao lado dos deputados Garotinho, Paulo Feijó e demais da região para impedir que o Senado derrube o veto do ex-presidente Lula na Emenda Ibsen, de forma que os municípios produtores de petróleo não tenham perdas na receita dos royalties. “Agora é continuar a trabalhar. Estou na defesa dos royalties e já havia anunciado que esta semana seria importante. Ainda estaremos num evento grande da Educação e também está marcada uma audiência com a Infraero [Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária] que vai devolver de fato o Aeroporto de Campos para o município, além de reuniões com outros ministros que o Garotinho [deputado federal] marcou para mim”, relatou.
Rosinha disse que a luta dos municípios e estados produtores com os estados não produtores de petróleo para se manter as regras atuais, poderá resultar em novas conquistas, como o modelo de distribuição para o pré-sal, que poderá ser o mesmo para o pós-sal. “Estão insistindo em acordo, mas como pode ter acordo se o próprio governo federal não quer abrir mão dos royalties que pertencem a União? Se derrubarem o veto do ex-presidente Lula, a questão vai para a Justiça, que se fizer Justiça, vai quebrar tudo, inclusive o pré-sal, e não só do pós-sal. Quem tudo quer, pode ficar sem nada”, advertiu Rosinha.
Por Jualmir Delfino
Fonte: O Diario
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