Os municípios com as maiores taxas de incidência e que já passam por uma epidemia são Bom Jesus de Itabapoana com 2.447,4 casos por 100 mil habitantes, Cantagalo com 1.321,5, Santo Antonio de Pádua com 1.158,5 e Magé com 599,6. A taxa de incidência no Rio de Janeiro é de 126 casos por 100 mil habitantes. "Quando começa a transmissão, é difícil conter", afirma o assessor técnico da subsecretaria de vigilância em saúde, Mário Sérgio Ribeiro. Segundo ele, já começou o momento da transmissão.
A expectativa é de que o número de pessoas infectadas só diminua na segunda semana de abril, segundo indica a série histórica. Até lá, segundo Ribeiro, o crescimento se dá em projeção geométrica. A epidemia da doença ocorre normalmente em março e nas duas primeiras semanas de abril porque o calor já não é tão forte, há muitos vetores infectados e grande quantidade de pessoas contaminadas.
Na capital, 13 bairros em estado crítico – De acordo com Ribeiro, o surto em 13 bairros da cidade do Rio também preocupa. "Quando entra na região metropolitana, é muito difícil conter por causa da aglomeração de domicílios e pela alta concentração de criadouros", explica, para, em seguida, acrescentar a fácil adaptação do mosquito Aedes aegypti ao ambiente da cidade. "O vetor é extremamente capaz a se adequar ao meio urbano. Ele encontra nas residências água limpa e parada nas condições que ele precisa para desenvolver seu ciclo biológico"
O entomologista da Fundação Oswaldo Cruz Rafael Freitas diz que a população do Rio está exposta a um "perigo alto", uma vez que o tipo 1 voltou a ser predominante no estado. Ele começou a circular novamente no final de 2010 em alguns municípios do noroeste fluminense – um dos facilitadores da expansão da doença no início de 2011. No estado, já houve epidemia dos tipos 1, 2 (em 2008) e 3 (em 2002). Apenas o tipo 4 ainda não entrou no Rio de Janeiro, mas já circula por Roraima e Amazonas.
Prevenção - Cada epidemia de Dengue evidencia a dificuldade de se combater assiduamente a doença. As explicações sempre se dão em torno de pessoas já imunes ou ainda suscetíveis. Ou seja, para não haver um surto, a população já tem de ter sido contaminada, o que, na verdade, não pode ser chamado de prevenção. Mas, até hoje, é o que contribui para a existência ou não de uma epidemia.
Rafael Freitas acredita que os meios de combate à Dengue são antigos. No entanto, lembra que nada melhor foi encontrado. "Oswaldo cruz usava a mesma metodologia de visitar as casas das pessoas em busca de criadouros no início do século passado. Precisamos de outra estratégia, mas ainda não existe. Pesquisas são feitas e os resultados não superam os procedimentos atuais", explica.
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