Transferência de PMs de Campos para o Rio vai deixar quatro municípios descobertos

Cento e cinquenta policiais do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM/Campos) – 148 homens e duas mulheres – foram transferidos na manhã desta quinta-feira (25) para reforçar o policiamento ostensivo na capital e municípios da Região Metropolitana e da Baixada Fluminense, em decorrência dos ataques de criminosos que ocorrem desde o último domingo. A equipe do Campos 24 Horas acompanhou a saída dos policiais e registrou a apreensão da maioria deles. Um deles chegou a dizer que “não sabemos nem as áreas em que vamos atuar. Outro disse que “vamos sem direito a nada”.

O presidente da Associação dos Militares Estaduais do Norte e Noroeste Fluminense (Asmenf), o advogado Gilson de Souza Gomes, falou ao Campos 24 Horas e criticou a decisão do Comando Geral da PM em deixar as cidades da área de abrangência do 8º BPM descobertas, além da exposição dos policiais a grande risco, já que não conhecem as áreas em que vão atuar.

“Concordo com a prontidão, já que tem que haver união num momento como esse. Mas, não posso concordar com a transferência desses policiais por dois motivos: a região vai ficar descoberta, pois todos sabem que o efetivo é pequeno e eles não receberam treinamento para atuar nas áreas criticas do Rio. É um grande risco”, disse o presidente da Associação que ainda acrescentou a preocupação com policiais da área adminstrativa que não receberam treinamento algum.
“Eles têm atividade meio, não estão preparados para possíveis confrontos. É uma pena que isso esteja ocorrendo, pois o Comando Geral da PM estava agradando em alguns pontos, como acabar com os extras. Esta estratégia de transferência é questionavel”, destacou.

O 8º BPM, além de Campos, é responsável ainda pelo policiamento ostensivo de mais três municípios no Norte Fluminense: São João da Barra, São Francisco de Itabapoana e São Fidélis, área com mais de 550 mil habitantes.